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A Falta De Nocao Das Pessoas Para O Uso Da Tecnologia

A tecnologia é desenvolvida para ajudar a raça humana a fazer trabalhos complexos, muitas vezes “traduzindo” algo extremamente complicado para nós para algo bem mais simples, não sei a sua opinião a respeito se a tecnologia está sendo usada de maneira “certa” ou “errada”, mas independente da opinião de cada pessoa, ela pode ser usada para facilitar nosso trabalho, ou tornar possível algo que antes não era pela quantidade de informações de dificil analise para nós, ou até mesmo por “falha humana”. Porém como a tecnologia é uma ferramenta, ela está suscetível a falhas causadas pela nossa limitação em entender processos a longo prazo, ou até mesmo por uso indevido.

Um exemplo que vejo cada vez mais acontecer é o fato das pessoas passarem horas com o celular na mão conversando com outras, e quando precisam fazer algo simplesmente dizem “não sei fazer isso”, “como será que faço isso?”, sendo que estão com um mini-computador na palma da mão, que tem acesso a uma gigantesca variedade de informações, fóruns, artigos científicos, entre outros meios de compartilhamento e armazenamento de informações, podemos dizer que hoje levamos a maior biblioteca de informações no nosso bolso, que pode obter uma informação do outro lado do mundo em milésimos de segundo, e mesmo assim muitas pessoas usam para coisas “banais”, e quando realmente precisam de alguma informação que torna o dispositivo móvel a ferramenta talvez mais poderosa já criada pela humanidade, simplesmente adotam o achismo, ou até mesmo idéias infundadas, “aceitáveis” em um mundo em que a informação seria vetada, de difícil acesso, controladas por organizações que querem ganhar algo com a ignorância, mas na era da informática, isso me parece incoerente, no mínimo.

Claro que existem as fake-news, blogs que fornecem informações propositalmente erradas/deturpadas/modificadas, ou até mesmo por ignorância, sites de noticia que exageram uma postagem para chamar atenção ou manipular seus leitores, redes sociais com canais/grupos/páginas oficiais de alguma organização/entidade não responsável por uma área, ou até mesmo que defende alguma ideologia, mesmo sendo da área, que irá criar informações falsas, ou até mesmo desvirtualizar o verdadeiro acontecimento com o intuito de privilegiar uma organização ou partido, a questão é que hoje existem maneiras de diminuir o impacto desse tipo de coisas, a tecnologia pode ser usada para isso, para evitarmos ao máximo cairmos em mentiras ou falácias.

O problema é que várias pessoas usam frases como “não tenho tempo para pesquisar isso”, “se aquela pessoa importante falou, deve ser verdade”, o que simplesmente dificulta discussões. Poderiamos nos limitar a regra “a pessoa só deve falar algo se souber do assunto”, que primeiramente é um argumento que parece válido, mas ai entra a questão, até que ponto a pessoa precisa saber algo para poder falar? Se fosse tão fácil assim, teriamos pessoas extremamente importantes dentro de certas áreas de estudo, dizendo coisas completamente opostas? Um exemplo é que temos pessoas que tiveram estudos na área de ecônomia que apoiam tanto uma ideologia quanto outra completamente oposta, isso não os torna “menos informados” ou “mais informados” sobre o assunto. Se usarmos a premissa de que só quem “entende” de algo deve falar, simplesmente quem não “entende” não pode dar sua opinião, agora a questão que te entrego é:

Devemos abrir mão da liberdade de expressão de pessoas que não são da área discutida, e só levarmos em conta pessoas de uma determinada área?

Se sim, então a menos que você estude sobre política, não deveria falar sobre o mesmo. E isso vale para todas as áreas

Se não, perdemos essa premissa.

Na minha opinião essa regra não serve de nada, me soa como falácia.

Se voltarmos para a questão: “não tenho tempo para pesquisar sobre isso” entramos no mesmo dilema, abrimos mão da opinião de pessoas que não pesquisaram do assunto? Ou levamos em consideração mesmo assim? Para mim, assim como um Sniper cego, estamos mirando no lugar errado.

A questão é que hoje podemos dificultar informações infundadas dando prioridade a informações largamente compartilhadas por várias entidades/organizações diferentes, principalmente se pregarem sobre coisas diferentes, o que não impede de alguma informação estar errada, mas pelo menos dificulta.

E ai entra o problema que eu vejo, que quero falar sobre, algumas coisas tem mais ligação com algo do que outras, se meu computador não liga existem várias possibilidades, mas talvez a mais dificil seja que é por causa de que não paguei a gasolina do meu carro, principalmente se eu não tiver um carro, porém não pagar a gasolina seria um caso válido para um computador não funcionar, caso o mesmo estiver sendo alimentado por um gerador a gasolina, para você saber qual é o meu caso você precisa questionar, entender o estado do meu computador, e a menos que tenha uma bola de cristal, só poderá fazer isso me perguntando, obtendo fotos, tendo acesso fisicamente a ele, ou usando de meios indiretos.

A questão de obter uma informação ao meu ver não é obter a verdade, mas sim o mais próximo disso, conforme a necessidade, pois provavelmente não é por que meu computador está com o cabo de alimentação de energia desligado e eu liguei na tomada, que eu entendo tudo de computador, mas sei o suficiente para resolver o meu problema momentaneamente, assim como um engenheiro de software não precisa necessariamente entender como fazer um programa de gerenciamento de estoque para fazer um bom site.

O problema que vejo é que as pessoas na maioria das vezes usam como o objeto mais perto da verdade algo que não tem a ver com o problema que estão tendo, ou tarefa que querem resolver, acabam usando uma informação de menor relevância para resolver o problema, ao invés de obter uma informação de maior relevância para o trabalho a ser feito ou problema a ser resolvido.

Para mim o pior disso é o fato de poder dar um upgrade nas informações relacionadas ao que a mesma precisa/quer fazer usando o aparelho telefone, e a pessoa simplesmente se prende na relevância baixa da informação que tem, ao invés de procurar uma informação mais relevante, ou até mesmo comprovar a relevância da informação que já possue, principalmente sabendo que antigamente a humanidade já ficou “travada” em várias criações/descobertas por falta de informações, causadas por dificil acesso a informação, ou organizações que vetavam a informação necessária para o projeto/ideia.

Alguns exemplos mais práticos desses problemas são por exemplo:

  1. Pessoas que acham que a velocidade da internet depende somente da quantidade de dispositivos na rede, sem saberem que o que mais impacta é o serviço usado e o tipo de informação fornecido pelo serviço, rodando tanto em primeiro plano quanto em segundo.
  2. Acharem que a distância do dispositivo de rede Wireless não interfere na velocidade, sendo que as ondas eletromagnéticas precisam trafegar por uma disância maior e além disso por existir interferência, muitos pacotes de redes podem ser perdidos, forçando o dispositivo da pessoa reenviar a informação, demorando mais no envio e consequentemente na resposta.
  3. Não levarem em consideração que as ondas eletromagnéticas tem limites, não é por que você tem um roteador/modem/ONU/ONT que a sua rede irá atravessar paredes, montanhas e armários, ondas eletromagnéticas tem um limite relativamente curto e quanto mais existirem a sua volta, maior será a interferência, também levando em consideração o tipo de rede (2.4Ghz e 5Ghz).
  4. Não entenderem a diferença entre problema com um serviço, como Facebook, Whatsapp, Google, IPTV, e com o Link fornecido pelo ISP, geralmente citado como “internet”.
  5. Achar que por que contrataram um plano de 10Gbps qualquer dispositivo (computador, celular, console, etc) independente da tecnologia usada, ou de sua limitação, irá passar o plano contratado, cada um passando 10Gbps ao mesmo tempo mesmo tendo consumo.
  6. Pessoas reclamarem de maneiras de solucionar problemas de uma organização/ferramenta causadas por elas mesmas por falta de leitura, e colocando como uma opção para solucionar algo que contém falhas, ou torna a ferramenta menos segura, exemplo: pessoa reclamar de ter esquecido a senha e não conseguir entrar na conta, sendo que o serviço deveria ter uma maneira de resgatar a conta usando um e-mail alternativo não ligado previamente a conta.
  7. Pessoas não conseguirem distinguir um serviço do outro, exemplo: reclamarem de queda de “internet”, quando na verdade o nome da Rede Wi-Fi está sumindo.

Esses problemas por mais que diretamente podem não afetar algumas pessoas, muitas vezes causa confusão e deturpa o que realmente aconteceu, muitas vezes fazendo com que alguma pessoa relate algo que possa ser “impossível” de acontecer de acordo com alguém que “entende” do assunto, em outras palavas, a pessoa relata algo que não aconteceu realmente, porém foi a interpretação que ela teve de acordo com as informações e a visão que a pessoa teve a respeito.

Quando se trata de alguém que presta um serviço relacionado a esse tipo de coisa, ou quando alguém está ajudando outra pessoa e recebe um relato desse atrapalha muito, pois a pessoa não tem uma base “boa” de qual seria o problema, já que muitas vezes o que foi reportado não tem relação direta com o real problema.

Um exemplo que gosto de dar é um acontecimento enquanto estava trabalhando em uma empresa, um dos funcionários enquanto trabalhava reparou que o computador estava imprimindo a tela espaço várias vezes no campo aonde clicava, isso enquanto estava atendendo alguns clientes, ele me chamou já que trabalhava próximo aonde estava e pediu para eu dar uma olhada, quando ele me explicou não tinha muita ideia do que poderia estar acontecendo, até que quando eu olhei para o computador entendi o problema, para não o fazer parecer ridículo na frente dos clientes falei que estava terminando um serviço e que já iria no local verificar, os clientes foram embora, eu cheguei próximo dele falando que iria verificar o problema, ele se levantou da cadeira para eu sentar, nesse momento eu disse que o problema estava resolvido e que ele poderia voltar a cadastrar os produtos, sem entender ele sentou na cadeira e “mágicamente” não estava mais dando problema, então ele me perguntou o que eu fiz, eu respondi: “nada, a tecla espaço estava aparecendo pois quando você estava sentada sua blusa estava forçando o espaço para baixo”, após rir o funcionário me disse: “pois é, nesse caso o problema estava na pecinha atrás do teclado, a pessoa”.