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Steam Deck

A bastante tempo tentava jogar no meu computador usando o GNU/Linux, porém com excessão de jogos bem leves ou muito otimizados geralmente minha experiência era bem ruim, com isso não tinha a real visão de como os jogos rodavam no sistema, nativo ou com camada de tradução.

Recentemente adquiri o Steam Deck, que mudou a minha visão deturpada, limitada pela minha máquina, de como os jogos rodavam no GNU. Vários jogos eram limitados pelo poder de processamento do meu computador, que tendo 2 nucleos de 2.4Ghz era o suficiente para uso diário, mas para jogos, nem tanto, ainda mais levando em consideração que não tenho placa de vídeo externa, e a aceleração de hardware 3D da placa de video integrada do meu processador não funciona no GNU/Linux (Intel HD Graphics 4000 se não me engano).Com isso esse hardware também não possue suporte a Vulkan, que tem a capacidade de fazer cache em tempo de execução e traduzir requisições do DirectX direto para o Vulkan, enquando o wine ou proton servem como camada de tradução para os jogos Windows.

Com isso vários jogos que meu computador rodaria se tornam incompativeis por questões de drivers e poder gráfico, porém a falta do Vulkan só realmente me pareceu ser relevante após a chegada do Steam Deck.

Antes de qualquer coisa irei dar algumas bases do Steam Deck, primeiro e mais importante, pois isso tanto define caracteristicas quanto limitações, o Steam Deck é um console portátil criado pela Valve para ser uma alternativa que permite rodar jogos de computador de maneira portátil, sem a necessidade de comprar para computador e depois novamente para o Steam Deck, já que ambos usam a mesma conta, o Steam Deck vem com uma versão modificada do SteamOS, adaptada para o portátil (como por exemplo, controle da fan por software, usando um script em python para isso), que vem com interface padrão gamescope (acredito que seja esse o nome, quando fui escrever me deu um branco) que na verdade é um compositor que trabalha em cima do protocolo Wayland, ao invés do protocolo X11 em que o Xorg trabalha, além disso no modo desktop o mesmo usa o KDE Plasma como compositor Wayland (embora seja possivel configurar manualmente o Deck para usar o X11 com Xorg, e assim usar o KDE plasma como um ambiente de trabalho), permitindo uma experiencia igual ao de desktop convencional para o deck, que funciona com toque na tela, e usando o touchpad e os botoes R2 e L2 como botão esquerdo e direito respectivamente, deixando de lado a necessidade desses componentes fisicos, embora seja possivel usar com uma dock, conectando até mesmo a um monitor externo.

Acabei deixando esse post escondido por bastante tempo, comecei a escrever ele em 30/07 de 2023, porém voltei a escrever sobre ele somente agora (14/05/2024), algumas atualizações mudaram o Deck, eu mesmo parei de usá-lo offline, não é prático, vários bugs que tinham eram derivados disso, ou de usar plugins, que não são fornecidos pela Valve, e sim pela comunidade, ao deixar de usar plugins e atualizar constantemente meu Deck (mesmo odiando atualizar coisas que não possuem controle de versionamento) eu passei a ter uma experiência bem melhor, sem travamentos ou gliches como antigamente, única coisa que ainda não atualizei foram os jogos No Man’s Sky e o Monster Hunter Rise, o primeiro por que preciso vender alguns itens que não valem mais tanto, e o segundo por que alguns relatos de jogadores informaram que após uma atualização foi inserido um Anti-Cheat no Monster Hunter Rise que faz com que ele não funcione mais via proton , então não atualizo o jogo por isso.

Uma ideia que abandonei foi a de colocar Windows, o pensamento inicial era usar o SteamOS por uma semana e trocar depois, tendo em vista que alguns jogos não rodariam por falta de compatibilidade com proton , ou por possuirem anti-cheat, porém o sistema (SteamOS) é tão pratico de usar e rodou tanta coisa que resolvi abandonar essa ideia no terceiro dia, até o momento 1% da minha biblioteca não roda no Deck, que são 2 jogos, felizmente hoje em dia é possivel verificar quais jogos rodam antes mesmo de comprar, usando o site https://protondb.com, que informa a compatibilidade do jogo com o proton , com o Deck e alguns macetes para fazer o jogo rodar caso necessário, ou para melhorar o tempo da bateria enquanto joga.

Posso falar tranquilamente que o SteamDeck é o melhor console que já tive, comparando com Super Nintendo, Playstation 2, Xbox Series S e o Deck, por que várias limitações que o Super Nintendo e o Playstation 2 tem o Deck não tem, algumas coisas que o Playstation 2 suporta porém não foi ativo, como conexão com serviços online quebra um pouco a situação, sendo que é possivel até mesmo jogar obtendo a iso pela rede, era possivel que a Sony implementasse um sistema de transferencia de jogos, dando uma sobrevida ao console, talvez pela época em que foi lançado não foi implementado oficialmente, enquanto que o Xbox Series S possue várias limitações por causa da Microsoft, coisas que não são limites do hardware, por exemplo, se alguém criar uma tradução não oficial de um jogo que tenho no Xbox eu não posso colocar a tradução, e mesmo que consiga mexer nos arquivos do jogo pra fazer isso manualmente meu console poderia ser bloqueado e eu ter minha conta da Microsoft cancelada por alterar arquivos que estão dentro do console, enquanto que no caso do Steam Deck tenho jogos que os mods são baixados direto da Central da comunidade Steam, e os que não tem, sem problema, posso baixar de outro site para poder colocar no jogo, a loja Steam não irá remover meu jogo, bloquear meu console ou cancelar minha conta por causa de uma tradução, coisas assim me tiraram a vontade de jogar no Xbox e passar a jogar e comprar mais jogos na Steam.